O ‘SE7E III’ do Ber MC é algo a ser abicorado minuciosamente
Disponibilizado em três drops, SE7E III chegou para ser um disco digno de prêmio. Ber MC dropou seu 7º disco, mostrando que ele não cansa. Repleto de punchlines, as 21 faixas (que ele mesmo disse que não sabe fazer disco curto) mostram um Ber mais afiado. Cada projeto tem seu brilho, e este teve o seu — mais cintilante que os outros, na minha opinião. Faixas repletas de socos no queixo, a fim de golpear quem estiver desprotegido. Sabendo escolher beats como poucos, o projeto contou com produções de beatmakers “mágicos” como RXVN, Charles Boricceli (que destruiu na produção do Bastardos Inglórios do Cartel), J. Boricceli, Joma Beats, Guga Beats, Antraz Mentalz, Tony Gardy, Petreli e até J Dilla, em uma cadência de dar frio na barriga — que vai do Trap ao excelso Boom bap; e suas colaborações foram GXLDEN, Igão, Hélio Bentes (Ponto de Equilíbrio), Rico Neurótico, D’lamotta, Xamã, entre outros. Ber não poupou ataques aos haters e aos “MCs” que estufam o peito fingindo ser quem não são, tampouco aos contratantes que querem seu show mas não pagam o preço que o MC pede. Abaixo estão os destaques faixa-a-faixa que não podiam passar batido.
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Buscando enfatizar o que pode-se considerar necessidade, a faixa [“Vou Matar Todos Vocês”] que abre o terceiro disco da saga SE7E não podia ser melhor (ela até lembra a “Oldboy” [do primeiro SE7E]): é o pé na porta; é o início de uma transgressão que anuncia sua volta ao rep game. Querendo um cachê dobrado, ele voltou em grande estilo, ensinando para as crianças, como Lee Van Cleef causando terror em seu auge no cinema western, e se vingando dos haters de muleta, passando a banda.
Com dezesseis — e impecáveis — linhas que rimam exuberantemente numa fonética de tirar o chapéu, nesse Boom bap sampleado impecavelmente por Tony Gardy, Ber deixa claro o quanto é importante ser dez a dez — DK também deixa clara a importância de ser onze a onze. Ber viu gente do próprio time correr; viu o Cartel quase se desfazer; Lord tornou-se o pedaço mordido da maçã; conquistou a admiração de policiais, que iam até a roda no Alto [em Teresópolis] para cancelar o evento; levou as contas de quem fazia merda na roda; e DK, bolado vivendo a vida do crime, fez do seu caderno a sua arma, e escreveu uma pedrada que jogaram-nos com mais força no mapa: o “Favela Vive”.
Ber, iniciando seu flow Balboa, vem com muita lírica, escrevendo rima boa em sequência num beat gostoso, aderindo à nova era dos flows nomeados. Aludindo à Rocky Balboa, interpretado por Sylvester Stallone no filme de 2006, ele usa essa metáfora para mostrar quem é o verdadeiro campeão, que nunca permite ser nocauteado, e que já ganhou os cinturões (pode ser uma alusão aos méritos que ele conquistou por todos esses anos como MC). Deixando clara sua autenticidade e a notoriedade de que é impossível imitá-lo (como milhares de “reppers” estão fazendo), numa levada original sem precisar flipar ele finaliza o primeiro verso só com suas rimas terminadas na fonética “a”/“ar”, fazendo com que todas as palavras após serem pronunciadas soem praticamente iguais — e com um flow chato, novamente despertando atenções por achar petróleo (ênfase) no Rep Nacional.
É Trap que fala? Então se segura, porque além de ser ano de Xangô, é hora do grave bater firme. Interpretada por Ber e Valente, desta vez o Charles Boricceli teve uma companhia do luminoso RXVN, que juntos produziram essa bomba com uma ambientação sonora completamente deleitosa para ouvir bem concentrado(a). No melhor [21] Savage style, Ber, diferente do flow que dá sono do repper de Atlanta, inverte a jogada e inicia com um refrão de quatro barras, deixando claro que o SE7E voltou, então é bala nos bucha, explode o caô. Outro fator que ele traz à superfície em seu verso é a seguinte rima: “Trap é o crime, som de marginal, na cena atual só o pai é real”. Ou seja, sua importância na exaltação do gênero aqui no Brasil é óbvia, porque antes de o SE7E II sair do forno, só o Valente tinha feito um projeto só de Trap [Saeculum].
A participação do Flow Zagalo nesse registro foi, mais uma vez, daquelas que hater vai ter que engolir. Ele e Ber se uniram para mostrar o quanto a união faz a força. “Eles falam, mas quem que inovou?” Valente pergunta, cônscio por ser um dos primeiros a cuspir linhas sobre as batidas do gênero aqui no Nacional. “Quando a cena não era Trap, quem botou a cara antes de virar moda?” (...) “Quando a cena não era cena, Trap virou problema; Armadilha, esse é o dilema.” Sente o trocadilho maravilhoso! Pois, ao pé da letra, Trap significa armadilha.
Se não tiver uma faixa erótica nos projetos do Ber, não é ele — pode ser até um clone implantado pela CIA, menos o próprio em carne e osso. Com um shot de Auto-Tune, a qualidade sonora que a música transmite é surreal. (Não é à toa que ele viaja no beijo, na chupada dela.) O beat alucinante do RXVN é tão sinistro que até a perna dela treme, fazendo com que a noite valha mais. E quando junta a gemida dela com esse flow chato, ela vai sentando, sentando, sentando… em câmera lenta.
Com muita calma, sempre com calma e seguindo a sequência de músicas dopantes, com RXVN matando em mais uma produção, a vida doce do Ber em Hollywood com sua gata é só para quem pode. O explícito sempre foi mais gostoso, e sua facilidade em usar referências e aludi-las faz com que o ouvinte sinta o doce dessa bela faixa e se entorpeça do mesmo. Nunca é uma faixa qualquer.
Ber, MC Copinho e J. Boricceli chegaram com sua nave alienígena no Rio de Janeiro já visando curtir o baile. Nesse Trap-Funk gostosinho, eles mostram por que são os reis da cidade. Copinho monta na sua XJ6 que com o ronco do motor e seu jeito sagaz aguça a mente daquela mulher, que já fica molhada, umedecida e depois é só partir para o abraço, junto com a vivência do Ber que não resiste e participa da surubinha de leve depois do baile. Mas com uma admoestação: tem que estar cheirosa e não pode ter ciúme.
Para honrar os monstros do Boom bap, Ber, com superpoderes como um Super Sayajin, torna isso extremamente-irrefutavelmente-indubitavelmente óbvio nessa magia de altíssima qualidade produzida por [Charles] Boricceli; Helinho, com sua voz poderosa e de extrema importância como a de um líder Apache, não hesita em ordenar: Avisa no pedaço, abre espaço, que o SE7E voltou! — e voltou MESMO, repleto de luminosidade; e Rico Neurótico, com um verso intimidante (que rola até convite para uma batalha de freestyle de 45 segundos(, marca sua presença iluminada.
Ladies and gentleman, essa faixa é um verdadeiro manancial de magnificência! Caso haja algum exagero aqui expressado, saiba que é também pela arte, pela história, para coroar a trajetória… Uma produção que está além da dimensão que vivemos; que, nunca desmerecendo o talento dos outros, só poderia partir do Charles Boricceli. É simplesmente indescritível a impecabilidade de todo o conteúdo que forma essa faixa.
RXVN se lança em mais um Trap que soa como o daquele produtorzinho [risos] chamado Leland Tyler Wayne, a.k.a Metro Boomin. No melhor estilo 021 selvagem, Ber e GXLDEN se unem para cuspir suas rimas debochadas diretamente contra os fakes do Rep Nacional, os que vivem fingindo ter vivência e acabam iludindo a molecada que, infelizmente, não busca as veracidades.
O Ber traz consigo uma imensa bagagem de referências desde quando entrou no rep game. Nessa faixa ele não hesitou e é inevitável não citar algumas: “Nós é Trap Lord, Trap God...” 1) Pode referir-se a A$AP Ferg, que apelidou-se assim após disponibilizar seu primeiro álbum de estúdio em 2013 — Trap Lord — e o público abraçou; 2) “Trap God” é o apelido dado a Gucci Mane por seu primeiro gerente, Coach K, após Gucci se apresentar num show em Los Angeles. Ele lembra: “O público hipster dizia: ‘Gucci é um Deus, cara. Ele é o Trap God.’ E eu comecei a chamá-lo de Trap God.” 3) “...DMX, criador de cachorro” DMX é um repper apaixonado por Pit Bull. Ele sempre deixou isso claro em seus discos e músicas. 4) “Pique Latin Kings, Salvatrucha...” Ber se compara com essas duas gangues que, além de ambas serem Latinas, são violentas e conhecidas por serem bem antigas.
RJ e Atlanta tem algumas coisas em comum: Trap, tráfico de drogas, fuzil à beça, e é imperioso ficar na atividade por onde andar. O armamento do Rio é tão pesado quanto os versos cuspidos nessa faixa. Mas, diferente de Atlanta, aqui um monte fingem ser o que não são — e nem chegam perto de ser —, por isso Ber os considera boneca de porcelana; que nunca beberam purple drank, nunca viram uma Glock ou Uzi de perto, mas forçam a barra dizendo que são e fazem isso e aquilo. Seria bom se eles tivessem a mente muito bem blindada e soubessem que onde estão pisando é areia movediça.
Demorou, mas ele apareceu: com vocês, no estilo mais classic, DJ Erik Skratch… rabiscando sem dó nesse Boom bap maravilhoso produzido por Joma Beats.
É completamente viável afirmar que essa é uma das [faixas] mais pesadas de todo o projeto. Talvez ninguém aceitaria estar como jurado para decidir qual dos três versos ficou mais punk, porque seria uma façanha inviável. Porém, uma coisa é preciso destacar: “Ouvindo Quinto Andar mas sem cachorro vaidoso...” Segura aí! Stop that shit! Será que muita gente pensou que o Ber já tinha esquecido sua rixa com Shawlin, a.k.a “Cachorro Magro”? Nah… meio difícil. Ele ainda não esqueceu. Muito pelo contrário... Está fresco na memória dele.
Ber não é só um dos pilotos da nave UFO Records, mas também um Vagabundo [que] também ama. Ele com Mariana é bem mais que sexo, mas é sexo até umas horas. Nesse beat relaxante, ele não poupa detalhes sobre o que pretende fazer com seu filho e o que gosta [de fazer] com sua esposa. Afinal, essa subjetividade acaba sendo deixada de lado se levarmos ao pé da letra, porque milhares de músicas eróticas e/ou referentes à homenagens (como essa) são, de fato, direcionadas à mulher. Então não faz mal.
Sem palavras para esse beat nostálgico do lendário J Dilla. Boom bap clássico, daqueles que faz refletir sobre os seus passos dados até aqui. Que ilumina, mas também tem lá sua obscuridade. Provavelmente [J Dilla] estava em um momento triste quando edificou esse beat.
Quem seria você sem honra, lealdade e vivência? Responda para si mesmo. Se marcar bobeira eles vão te sugar, mas querendo te manter vivo. Interesseiros vão fingir de amigos; vão te sugar, te descartar depois disso. Por isso é imperioso depender de si, preocupar-se consigo. Não desmereça os amigos. Redobre sua vivência. Nobre ou pobre, o que difere é a sapiência. Tu quer o mundo? Então honre sua lealdade e vivência.
Aquelas aulas né, filho? O professor Bernardo De Marsillac Romeiro Neto chegou, e com ele trouxe um Boom bap “do caralho” cheio de conteúdo para passar aos interessados. Produzida por Petreli, a base da matéria de hoje é verso livre. Ber entra na sala, pega o microfone e inicia: “Não importa quanto você bate, mas quanto você aguenta apanhar” (a aula poderia acabar aí, mas ele ainda tem +1:55 para lecionar muita coisa). Se pararmos para refletir, é verdade: “Não adianta talento sem preparo.” E logo a frente ele lembra: “Muitas vezes eu vesti o agasalho, risonho, cansado em baixo do temporal quando não tinha platéia para o Rep Nacional.” Ber é da época que a cena Hip Hop no Rio de Janeiro era completamente escassa, por isso faz questão de lembrar. Há uma infinidade de conteúdo para ressaltar nessa faixa. Mas sinceramente: “Nem Sigmund Freud explica.”
OMG!!! Eu defino essa faixa [“Eu Não Morro”] em uma só palavra: OBRA-PRIMA.
Jogando mais que Barça com R10 e com uma flexibilidade deleitosa de se ouvir e apreciar sem moderação nesse Boom bap opulente, é viável enfatizar a lógica de considerá-la uma das melhores músicas do Ber. A produção inimaginável dos alienígenas Charles Boricceli e Antraz Mentalz dentro da nave UFO Records fez com que esse registro se tornasse imarcescível.
Mesmo tendo ciência de que ele avisou, de certa forma ainda é possível ser pego de surpresa com as boas rimas do coroa [risos]. Sua técnica de fazer rep e se comportar diante de um Boom bap com uma métrica assassina que muda de repente é algo a condecorar com êxtase.
Atravessando a ponte, ele pegou o controle do rep game e assumiu o comando, abrindo mais espaço com seu novo SE7E III, corroborando que não morre, porque mesmo se isso acontecesse, sua arte subsistiria aqui na Terra para usufruirmos incessantemente.
Ber, quebrando ao meio todos esses rep xing-ling (falsos e/ou fracos), convidou Xamã para ser, junto a ele, os reis do Boom bap. Mantendo seu reinado e cuspindo rimas venenosas, sua flexibilidade assusta:
Foda-se o sistema, esse demônio eu não adoro
Não pago seus impostos e também não colaboro
Não rezo pros seus deuses, muito menos eu imploro
Escrevo várias letras, muitas delas nem decoro
É de se admirar quando um MC fica um período em inatividade e volta com outro clássico, outro disco solo e faz umas rimas dessas sem desperdiçar uma linha. Não é exagero, é preciso ser sujo, pois só assim será possível apavorar.
Aproveitando a ponte, o Xamãzin brotou no SE7E III após atravessá-la com classe. Como se não bastasse uma apresentação bolada no Bastardos, ele brota no disco solo do Ber e com um verso ímpar, intrínseco de Xamã, mata mais uma vez e deixa cada vez mais notório o por que de ser um dos MCs mais condecorados do país.
Elaborada por Charles (não o Chaplin, mas o Boricceli) junto com o valioso RXVN, de novo, porque ele é chato, vem aí mais uma daquelas produções emblemáticas.
Por que negar que essa música ganhou esse nome em alusão a “Man of the Year”, do ScHoolboy Q? Oras, os dois MCs têm algo em comum: ineditismo. Tanto o Ber quanto o Q tem lá sua magnificência ao compor e atacar nos beats. Ademais, é preciso se preparar para a chuva de grave, porque Ber é especialista em distribuir punchlines como golpes de [Mike] Tyson, e nesse Trap sombrio e cabuloso não só vai chover os sons bandidos com uma pitada de cinema como também cai uma tempestade de lírica tenebrosa.
Para finalizar com chave de ouro e impecavelmente, o homem do ano debocha sinceramente da galera que plagia na cara dura alguns reppers do exterior:
Acho esse flow bem escroto, yeah
Fiz para zoar os garotos, yeah
É claro que fez para zoar os garotos, porque um MC em ascensão e que já virou lenda não poderia — nem se mulher conseguisse mijar facilmente na parede — lançar um flow desse. É muito insípido e causa enjoo no estômago, daqueles que nem Engov, tampouco Epocler consegue curar. Inautenticidade é uma doença pior que AIDS.
Agora vamos falar sobre “bomba sonora”, porque eis uma aqui, produzida brilhantemente por Dok, que, além de ter criado sua própria [bomba], podemos enxergar isso de duas maneiras. 1) O beat completamente obscuro. Dark. Simplesmente uma maravilha de Boom bap. Bolado. Uma produção de arrepiar. 2) Seu verso bombástico e explosivo trouxe bons frutos, completamente capaz de causar um estrago absurdo. Não desperdiçou uma letra sequer.
Sobre o verso do Ber… vichi… um homem bomba mais vivido que meu bisavô de 97 anos, ele lança suas referências para lá de cabulosas, e faz história mais uma vez. E uma obs: “Fuck Merry Christmas!” [Risos]
Entre a sujeira da primeira e a sombriedade da segunda, os dinossauros que são sujos mermo atacam novamente. Ber, Gato Mestre e De Leve: para quem disse que os dinossauros não vivem entre humanos se enganou, porque o MT Beatdealer traficou-os juntamente com esse beat.
Gato Mestre, o Clint Eastwood do rep, abre o show com seu verso punk-rock-demasiadamente-cabuloso-e-sapiente. Diretamente de Madureiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa [cantando Arlindo Cruz], ele rasgou os formulários, dispensou o dicionário, estudou o necessário, fez com que entendessemos o vocabulário e traz consigo sua experiência de vida, memórias de quando era moleque. Com isso, cospe sem dó nem piedade rimas construtivas como aforismos de Nietzsche.
Ber nos proporciona um refrão cheio de swing, com flow de freestyleiro, sujo mermo, tendo que guardar debaixo do travesseiro um paco de dinheiro que é para passar o mês inteiro.
“Hã, y’all, yeah, y’all, De Leve, fala!” Falo, sim. Agora mesmo! Seu jeito debochado-sarcástico é absurdamente ímpar e te torna cada dia mais épico nesse Rep Nacional cheio de cara que paga de pã mas só engana os fãs. Sem tempo para MC dente de ouro e pochete no sovaco, o Quinto Andar sempre reinará dentro de você.
O Ber acorda vomitado e tropeçando nos brinquedos [do seu filho], sujo mermo, revoltado com os ratinhos de pet shop e dirigindo uma Hummer, ele não é Stuart Little, mas sim uma ratazana gangster carburando haxixe, que, se você não ficar ligado, ele vai roubar teu lanche e ainda mijar na tua lancheira. [risos eternos para esse jab]
Agora é para valer, hein moleque! Sai da frente, que vai passar a carreta! E se você quiser saber de onde essa carreta saiu, pega a visão: Estrada Sorimã, 110 - Joá, Rio de Janeiro.
Ber trouxe para o SE7E III a segunda parte da “Walter White”, que apareceu em seu primeiro SE7E. White foi um personagem fictício da série Breaking Bad, interpretado por Bryan Castron. Na série, resumidamente, quando descobre que tem câncer pulmonar, começa a fabricar metanfetamina para garantir que sua família fique bem financeiramente após sua morte.
Cozinhando rimas alcançamos outra fase
Levando “viva la vida” Walter White
Traficando rimas, não ri mais, tô no ataque
Me subestima, tu tomba, me sinto high
Com uma melodia exorbitantemente FODA, num beat do mesmo nível produzido por Guga, D espanca no refrão, transbordado de melodia e referências. Vou citar duas: 1) “Cozinhando rimas” é referente a Walter cozinhando suas drogas; 2) “High” significa, levando a tradução ao pé da letra, “alto, elevado”, mas no sentido dito no refrão é chapado. Portanto, se caso você ler/ouvir em músicas em inglês ou filmes, dependendo do sentido é esse o significado: ficar chapado.
O beat pede verve, e Ber distribui a sua nele. Sua sede de usar referências é surreal, e por isso ele não perde tempo e ataca ferozmente alguns MCs que estão em ascensão, deixando claro o seu ponto de vista sobre tal: “Tem hype mas é chato, música de garoto novato que não sabe o que fazer quando leva a mina pro quarto...” É o bastante.
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