Os 25 álbuns favoritos do Kendrick Lamar
Kendrick Lamar é um repper com uma ampla gama de hábitos de escuta — vestígios dos quais podem ser ouvidos ao longo de seu álbum de estréia, good kid, m.A.A.d city. Tendo crescido na cidade de Compton, ele tem uma compreensível preferência pelo rep da costa oeste, mas seu gosto no hip-hop ultrapassa os limites geográficos.
Suas seleções de álbuns favoritos — apresentadas aqui em ordem cronológica de lançamento — revelam uma mistura de música de sua cidade natal e suas músicas que mostram um tipo particular de curiosidade musical. Leia mais para descobrir quais álbuns definiram a vinda da idade de Kendrick Lamar ao hip-hop, e qual artista estava em uma rotação intensa em sua infância que ele não conseguia lembrar quais músicas eram de qual álbum.
DJ Quik, Quik Is The Name (1991)
Selo: Profile
Kendrick Lamar: “Sweet Black Pussy”, tocava isso o dia todo na minha casa. Essa é uma música de fundo para mim, muito antes do meu tempo. Era apenas algo que sempre era tocado na minha casa.
Eu lembro através de ambos [suas batidas e seus reps], eu como criança e ouvindo isso. Ele era um repper. [Mas] eu sabia que ele também fazia as batidas por algum motivo. Eu acho que alguém me disse isso porque quando criança, nunca via Quik como um repper. Eu sabia que ele realmente fazia toda a instrumentação por trás disso.
Eu acho que seu tom de voz é realmente único. Destacou-se, da mesma forma que Eazy se destacou. Um tipo de agudo, você sabia que era ele toda vez que ele pegava uma faixa.
Ice Cube, Death Certificate (1991)
Kendrick Lamar: Lembro de tocar isso em casa quando era criança, mas não sabia o quanto influenciaria o mundo. Então cheguei de volta a ele alguns anos atrás e realmente me sentei e ouvi isso. É apenas um álbum louco, louco. “A Bird in the Hand” é uma das minhas faixas mais favoritas.
Tenho certeza de que foi uma grande influência [para o mundo do hip-hop], sobre as coisas que ele falou. Cube falou sobre muitas coisas que estavam acontecendo no mundo também. Ele misturou isso nas ruas e foi realmente de um ponto de vista cru. É por isso que eu gosto tanto disso.
Dr. Dre, The Chronic (1992)
Selo: Death Row, Interscope, Priority
Kendrick Lamar: [The Chronic] foi provavelmente o primeiro álbum de rep que me tocou de fato, eu lembro disso tocando na minha casa o tempo todo. Músicas que eu realmente lembro quando criança. Esse é o começo das festas caseiras que sempre falo sobre crescer.
“Lil’ Ghetto Boy”, fiquei louco por causa da narrativa, e eu faço muitas histórias neste álbum. É algo que eu realmente vejo como espécime... Como eu ouço meu álbum e como ele é dividido em 12 músicas. É realmente um tipo de coisa em um álbum como esse. Apenas com a narrativa e o que representa a cidade hoje e as crianças ao redor do mundo atualmente.
Snoop Doggy Dogg, Doggystyle (1993)
Selo: Death Row, Interscope
Kendrick Lamar: “Who Am I (What’s My Name)” é provavelmente um dos primeiros reps que eu ouvi. Eu lembro de quando eu assistia isso no The Box, o canal a cabo que se você gostasse tinha que ligar e pedir para tocar. Lembro de tocar isso e “I Got 5 On It” como 10 vezes seguidas em determinados dias.Notorious B.I.G., Ready to Die (1994)
Selo: Bad Boy Records
Kendrick Lamar: [O que mexeu comigo foi] a narração das histórias, a profundidade da narrativa. A narração e o flow. Nós tínhamos histórias na Costa Oeste, mas não era uma loucura tão profunda como essa, mesmo que tivéssemos. Nosso material estava mais descontraído, mais fluir e se sentir bem. O dele era sujo. As histórias eram loucas. Os flows eram loucos.
2Pac, Me Against the World (1995)
Kendrick Lamar: Isso realmente estava em uma rotação pesada. Constantemente indo para frente e para trás, onde estávamos apenas misturando e combinando músicas juntos. Isso foi algo muito escuro. “Death Around the Corner”, “So Many Tears”, você pode imaginar em que tipo de espaço ele estava.
Tha Dogg Pound, Dogg Food (1995)
Kendrick Lamar: Yeah, ouvi muito “Let’s Play House”. [Risos] Yeah, Dogg Pound, Dogg Food, Kurupt. Eles estavam muito intensos com isso. Era tudo o que eu estava tocando em casa também. Eu estava exposto a todos esses reps loucos. Daz no ritmo, Kurupt cuspindo rimas loucas. “Let’s Play House” foi uma das músicas destacadas.
2Pac, All Eyez On Me (1996)
Selo: Death Row, Interscope
Kendrick Lamar: Você sabe o que é louco nesses álbuns de Tupac? Estes três discos, Me Against the World, All Eyez On Me e Makaveli the Don Killuminati: The 7 Day Theory eram tocados tantas vezes na minha casa que você começava a misturar quais músicas estavam em tal álbum porque lá estava em uma rotação sinistra. Com as canções mais antigas e as músicas mais novas, elas eram muito tocadas lá em casa. Tudo o que posso lembrar é que meus pais constantemente estão tocando esse álbum. Apenas reproduzindo, reproduzindo e reproduzindo. Isso é tudo o que conhecemos na casa.
Jay-Z, Reasonable Doubt (1996)
Selo: Roc-A-Fella, Priority
Kendrick Lamar: Eu tive que voltar no tempo e ouvir Jay-Z quando comecei a escrever. E uma das minhas faixas favoritas é “Politics As Usual”. Apenas a vibração e o flow. Eu realmente capturei esse flow e roubei essa cadência sendo apenas um estudante do jogo. Isso realmente ficou comigo. “Y’all relatin’ no waitin’/ I’ll make your block infrared hot: I'm like Satan/ Y’all feel a nigga’s struggle/ Y’all think a nigga love to hustle behind the wheel/ Trying to escape my trouble.” É provavelmente um dos primeiros versos que eu lembro nesse som.
Eu comecei a ouvir Reasonable Doubt mesmo em 2001, 2002. Eu estava super atrasado. Na Costa Oeste nós não tocávamos música da Costa Leste assim só por causa de todas as coisas que estavam acontecendo — nós fomos realmente influenciados por isso. Eu tinha 9, 10, 11 anos de idade, não queria escutar nada da Costa Leste, tudo que todo mundo estava tocando era Death Row.
2Pac, Makaveli the Don... (1996)
Selo: Death Row, Interscope
Kendrick Lamar: O motivo pelo qual gosto de Makaveli, um dos meus destaques favoritos é a agressão que ele põe nesse projeto. Eu olho para trás, houve muita controvérsia sobre esse álbum que eu realmente não conseguia entender em uma idade jovem. Ele estava em uma cruz e as 21 saudações de arma [“Against All Odds”]. Foi uma agressão muito grande e eu acho que foi o maior nicho do Pac. Tem essa emoção, tem essa agressividade nessa faixa e realmente senti que ele queria ir para a guerra ouvindo.
Notorious B.I.G., Life After Death (1997)
Selo: Bad Boy Records
Kendrick Lamar: Eu me lembro de ser uma criança com meu irmão, tentando aprender o verso para a parte de R. Kelly em “Fuckin’ You Tonight”, [risos] constantemente tentando aprender o flow: “Girl you look fine, like a wind face Rolex, you just shine.” Esse flow. Nós sentimos que era louco. Mesma coisa sobre isso. A narrativa era ridícula. Agora, quando olho para trás e ouço agora, vejo que ele basicamente nos leva em outra direção para onde se abre para as massas. Ele começou com as ruas e, em seguida, trouxe para fora com o próximo álbum que era sinistro.
DMX, It’s Dark and Hell is Hot (1998)
Selo: Def Jam, Ruff Ryders
Kendrick Lamar: Aww yeah. Esse é o primeiro álbum que me fez escrever. Eu escrevi minhas primeiras letras para aquele álbum na verdade, por volta dos 13-14. Eu estava indo para a oitava série, a sétima série indo para a oitava série, talvez. Eu me inspirei e comecei a escrever, então esse será sempre um dos meus álbuns favoritos. E o fato de que eu ter conhecido DMX — eu realmente contei a ele quando nos encontramos pela primeira vez. Esse álbum me inspirou a ser um repper.
Foi apenas o cru e realismo. Tupac havia falecido, havia um vazio, [algo] estava faltando no jogo e ele veio preencher esse vazio. Agora que penso nisso, essa foi a razão pela qual.
Minha música favorita provavelmente seria a “Intro”. “One two, one two/ Come through run through gun who/ Oh you don't know what the gun do” Eu repetia direto. Essa, “Get At Me Dog”, eu poderia repetir o dia todo.
Lauryn Hill, The Miseducation of Lauryn Hill (1998)
Selo: Ruffhouse, Columbia
Kendrick Lamar: Esse [disco] provavelmente teve mais sucessos do que eu já ouvi. Mesmo voltando e ouvindo agora. Louco, acho que ela estava muito à frente de seu tempo — apenas a sensação e a coesão e o conceito por trás disso. Foi apenas um gênio para mim.
[Eu] Realmente [lembro] dos vídeos, como os vídeos eram fodas. Eles eram legais e era apenas uma sensação diferente. Tinha uma sensação orgânica natural. Naquela época, os vídeos saindo, todo mundo tinha o olhar de alta classe, de alta qualidade, o dela era mais natural. Eu achava que esse disco era foda, e é algo foda que eu reconheci em uma idade jovem.
Juvenile, 400 Degreez (1998)
Selo: Cash Money, Universal
Kendrick Lamar: Aww, 400 Degreez, esse foi um dos meus favoritos do verão... Antes de a época inicial da Cash Money ser um dos meus anos favoritos na vida. Eu me deleitava nesse álbum, de cima para baixo o dia todo. Houve um verão em particular que o bairro inteiro estava tocando isso. Todo mundo achava que eles eram Hot Boys, tentando amarrar seus panos ao redor da cabeça. Foi louco. Eles tiveram a Costa Oeste no esmagamento. Nós definitivamente tentamos ser como eles.
Eu adorei isso imediatamente. Imediatamente. Esse foi o começo dos vídeos. Esse foi o começo disso. Essa sensação toda foi apenas original. As coisas que ele estava dizendo eram bem relacionáveis.
DJ Quik, Rhythm-al-ism (1998)
Selo: Profile
Kendrick Lamar: “Down, Down, Down”, essa costumava ser louca. Eu me deparei com esse registro no ensino médio. Ensino médio, apenas tocando “Down, Down, Down” o dia todo. Indo no ônibus e ouvindo isso. “Speed” foi uma loucura, “Hand In Hand”. “Speed” era uma loucura. O interlúdio também era louco, ele sempre tem muitos interlúdios malucos.
B.G., Chopper City in the Ghetto (1999)
Selo: Cash Money, Universal
Kendrick Lamar: Quão cru era isso. Era apenas sujo. Eu também gosto do tom de B.G., do jeito que ele pronuncia palavras. Eu gosto de todos os seus tons. Eles são todos únicos à sua maneira. [Música favorita é] provavelmente “Thug’n” e “Cash Money Is An Army”.
Hot Boys, Guerrilla Warfare (1999)
Selo: Cash Money, Universal
Kendrick Lamar: Eu diria que Turk e Wayne estavam matando nisso — B.G. também. Minha faixa preferida era provavelmente “Ridin”. “We ridin’, We ridin’, come up out the flames with the K firing.” Mesma coisa. No verão, eles nos trancaram com mais esse disco.
[Minha batida favorita de Mannie Fresh] provavelmente teve que ser “Ridin” no álbum Hot Boys.
Lil Wayne, The Block is Hot (1999)
Selo: Cash Money
Kendrick Lamar: Eles estavam matando o jogo. Cash Money foi uma forte influência na Costa Oeste, eu não acho que o mundo sabe disso. Mannie Fresh fez o tipo de batidas que ainda tem o baixo. L.A. ama esse baixo. Nós não estávamos realmente indo para a sensação do Boom bap ainda, mas eles tinham esse baixo, aquela música de improviso. Eles tinham um estilo, é por isso que os amamos.
Quando conheci Mannie Fresh foi louco. Eu tive que fazer algumas perguntas sobre o jogo e negócios, só para entender um pouco sobre tudo.
E-40, Charlie Hustle (1999)
Selo: Jive, Sick Wild It
Kendrick Lamar: “Big Ballin” com My Homies, “L.I.Q.” Meu parceiro Earl costumava botar aquele CD todo o tempo todo dia e então eu meio que gostava disso. Foi divertido, fez você se levantar da mesma forma que o E-40 faz hoje. Música de abertura. Os termos da gíria e do gueto e as ruas. Foi divertido.
Definitivamente [aprendi com ele]. No geral, apenas para ser original. Se destacaram. Ninguém nunca parece E-40, até hoje. Ele se reinventou como um artista totalmente novo. Ninguém vai soar como ele. Essa é toda a minha coisa também.
Kurupt, Tha Streetz Iz a Mutha (1999)
Selo: Antra
Kendrick Lamar: “Callin’ Out Names”, [risos] é quando ele estava espalhando seu som para todo mundo. Eu pensei que era um verdadeiro momento decisivo para o que a Costa Oeste faz. A Costa Oeste é muito sensível [risos]. Somos muito sensíveis às situações e fazemos um backup rápido. E Kurupt estava arrebentando isso.
Ele tinha muito conteúdo lírico. Meu conteúdo lírico vem do que ele fez na Costa Oeste. As letras se destacam, ele fez “New York, New York”, isso influenciou a maneira como eu dizia as palavras da Costa Oeste.
Dr. Dre, 2001 (1999)
Selo: Aftermath, Interscope
Kendrick Lamar: Dr. Dre 2001, a mesma coisa. Ele fez tudo de novo. Lembro-me de ter rasgado a embalagem para esse CD, meus pais tinham trazido. Eu só lembro dele tocando o dia todo apenas por meses, meses por meses por meses. Por meses. Era só isso. E anos depois ele ainda está tocando, então eu sei que é um clássico de verdade.
Ouvindo “Xxplosive” pela primeira vez. Ouvindo a introdução de “The Car Bomb”, os efeitos sonoros eram loucos. Soou como um filme. Eu me lembro de ser uma criança e pensar que soa como um filme real.
[O melhor verso] tinha que ser entre Eminem e esse cara com o nome de Six-Deuce [Six-Two]. Quando ele disse: “She ate her best friend, I left them hoes at the mote’/ They be beeping me and shit, but we don’t kick it no mo’/ Them hot hoes is fiending, they on the nuts / But bitch, I’m out your pussy when I nut, fo’ real/ XXplosive.” Esse sempre foi meu verso favorito. Foi simples, mas foi uma loucura.
DJ Quik, Balance & Options (2000)
Selo: Arista
Kendrick Lamar: Meu homeboy Earl tocava esse álbum o dia todo. Uma das primeiras músicas do disco [“I Don’t Wanna Party Wit U”] é uma que eu me lembro que realmente é para mim e realmente me deu essa sensação. Era verão, nós estávamos vadiando por aí e isso estava sempre tocando.”
Nas, Stillmatic (2001)
Selo: Ill Will, Columbia
Kendrick Lamar: Esse foi um ponto no tempo em que eu acabara de comprar CDs pesados, e esse foi um deles que eu comprei. Uma das minhas faixas favoritas lá foi ele e AZ, “The Flyest”. [Canta] “We the flyest gangsters.” Eu só achava isso foda, tinha um sentimento da Costa Oeste e cuspindo algumas das letras mais complicadas há. É uma das melhores táticas de Nas, tanto quanto contar histórias, ele cuspindo para trás [“Rewind”]. Quero dizer, qual é. Isso é genial.
Clipse, Lord Willin’ (2002)
Selo: Star Trak, Arista
Kendrick Lamar: Clipse, Lord Willin’, vamos lá. Essa é uma ótima lembrança. Apenas fora do fato de quanto nós batemos na mesa fazendo essa batida e fazendo freestyle na escola. Essa foi provavelmente uma das melhores lembranças.
Eu ouvi as coisas deles no 106 & Park, o vídeo do “Grindin’”. Cheguei em casa da escola um dia, eu vi o vídeo e eu estava tipo, O que é isso? Isso é loucura!
Jay-Z, The Black Album (2003)
Selo: Roc-A-Fella, Def Jam
Kendrick Lamar: Eu amo esse álbum. Esse é um dos meus álbuns favoritos do Jay. Todo mundo diz Blueprint, eu amo o Black Album. A primeira vez que ouvi “Encore” eu fiquei louco. Eu estava provavelmente no décimo ano tocando isso em sala de aula como dez vezes seguidas.
Principalmente porque ele estava dizendo que estava a ponto de se aposentar e depois veio com esse. Como as batidas eram fodas, as pancadas eram fodas. É uma loucura porque todo mundo diz Blueprint; “Blueprint é louco.” Acho que o Black Album está bem atrás dele. Ele tinha “99 Problems”, coisas loucas como essa.
Manancial: Complex
Kendrick Lamar: Você sabe o que é louco nesses álbuns de Tupac? Estes três discos, Me Against the World, All Eyez On Me e Makaveli the Don Killuminati: The 7 Day Theory eram tocados tantas vezes na minha casa que você começava a misturar quais músicas estavam em tal álbum porque lá estava em uma rotação sinistra. Com as canções mais antigas e as músicas mais novas, elas eram muito tocadas lá em casa. Tudo o que posso lembrar é que meus pais constantemente estão tocando esse álbum. Apenas reproduzindo, reproduzindo e reproduzindo. Isso é tudo o que conhecemos na casa.
Jay-Z, Reasonable Doubt (1996)
Kendrick Lamar: Eu tive que voltar no tempo e ouvir Jay-Z quando comecei a escrever. E uma das minhas faixas favoritas é “Politics As Usual”. Apenas a vibração e o flow. Eu realmente capturei esse flow e roubei essa cadência sendo apenas um estudante do jogo. Isso realmente ficou comigo. “Y’all relatin’ no waitin’/ I’ll make your block infrared hot: I'm like Satan/ Y’all feel a nigga’s struggle/ Y’all think a nigga love to hustle behind the wheel/ Trying to escape my trouble.” É provavelmente um dos primeiros versos que eu lembro nesse som.
Eu comecei a ouvir Reasonable Doubt mesmo em 2001, 2002. Eu estava super atrasado. Na Costa Oeste nós não tocávamos música da Costa Leste assim só por causa de todas as coisas que estavam acontecendo — nós fomos realmente influenciados por isso. Eu tinha 9, 10, 11 anos de idade, não queria escutar nada da Costa Leste, tudo que todo mundo estava tocando era Death Row.
2Pac, Makaveli the Don... (1996)
Selo: Death Row, Interscope
Kendrick Lamar: O motivo pelo qual gosto de Makaveli, um dos meus destaques favoritos é a agressão que ele põe nesse projeto. Eu olho para trás, houve muita controvérsia sobre esse álbum que eu realmente não conseguia entender em uma idade jovem. Ele estava em uma cruz e as 21 saudações de arma [“Against All Odds”]. Foi uma agressão muito grande e eu acho que foi o maior nicho do Pac. Tem essa emoção, tem essa agressividade nessa faixa e realmente senti que ele queria ir para a guerra ouvindo.
Notorious B.I.G., Life After Death (1997)
Selo: Bad Boy Records
Kendrick Lamar: Eu me lembro de ser uma criança com meu irmão, tentando aprender o verso para a parte de R. Kelly em “Fuckin’ You Tonight”, [risos] constantemente tentando aprender o flow: “Girl you look fine, like a wind face Rolex, you just shine.” Esse flow. Nós sentimos que era louco. Mesma coisa sobre isso. A narrativa era ridícula. Agora, quando olho para trás e ouço agora, vejo que ele basicamente nos leva em outra direção para onde se abre para as massas. Ele começou com as ruas e, em seguida, trouxe para fora com o próximo álbum que era sinistro.
DMX, It’s Dark and Hell is Hot (1998)
Selo: Def Jam, Ruff Ryders
Kendrick Lamar: Aww yeah. Esse é o primeiro álbum que me fez escrever. Eu escrevi minhas primeiras letras para aquele álbum na verdade, por volta dos 13-14. Eu estava indo para a oitava série, a sétima série indo para a oitava série, talvez. Eu me inspirei e comecei a escrever, então esse será sempre um dos meus álbuns favoritos. E o fato de que eu ter conhecido DMX — eu realmente contei a ele quando nos encontramos pela primeira vez. Esse álbum me inspirou a ser um repper.
Foi apenas o cru e realismo. Tupac havia falecido, havia um vazio, [algo] estava faltando no jogo e ele veio preencher esse vazio. Agora que penso nisso, essa foi a razão pela qual.
Minha música favorita provavelmente seria a “Intro”. “One two, one two/ Come through run through gun who/ Oh you don't know what the gun do” Eu repetia direto. Essa, “Get At Me Dog”, eu poderia repetir o dia todo.
Lauryn Hill, The Miseducation of Lauryn Hill (1998)
Selo: Ruffhouse, Columbia
Kendrick Lamar: Esse [disco] provavelmente teve mais sucessos do que eu já ouvi. Mesmo voltando e ouvindo agora. Louco, acho que ela estava muito à frente de seu tempo — apenas a sensação e a coesão e o conceito por trás disso. Foi apenas um gênio para mim.
[Eu] Realmente [lembro] dos vídeos, como os vídeos eram fodas. Eles eram legais e era apenas uma sensação diferente. Tinha uma sensação orgânica natural. Naquela época, os vídeos saindo, todo mundo tinha o olhar de alta classe, de alta qualidade, o dela era mais natural. Eu achava que esse disco era foda, e é algo foda que eu reconheci em uma idade jovem.
Juvenile, 400 Degreez (1998)
Selo: Cash Money, Universal
Kendrick Lamar: Aww, 400 Degreez, esse foi um dos meus favoritos do verão... Antes de a época inicial da Cash Money ser um dos meus anos favoritos na vida. Eu me deleitava nesse álbum, de cima para baixo o dia todo. Houve um verão em particular que o bairro inteiro estava tocando isso. Todo mundo achava que eles eram Hot Boys, tentando amarrar seus panos ao redor da cabeça. Foi louco. Eles tiveram a Costa Oeste no esmagamento. Nós definitivamente tentamos ser como eles.
Eu adorei isso imediatamente. Imediatamente. Esse foi o começo dos vídeos. Esse foi o começo disso. Essa sensação toda foi apenas original. As coisas que ele estava dizendo eram bem relacionáveis.
DJ Quik, Rhythm-al-ism (1998)
Selo: Profile
Kendrick Lamar: “Down, Down, Down”, essa costumava ser louca. Eu me deparei com esse registro no ensino médio. Ensino médio, apenas tocando “Down, Down, Down” o dia todo. Indo no ônibus e ouvindo isso. “Speed” foi uma loucura, “Hand In Hand”. “Speed” era uma loucura. O interlúdio também era louco, ele sempre tem muitos interlúdios malucos.
B.G., Chopper City in the Ghetto (1999)
Selo: Cash Money, Universal
Kendrick Lamar: Quão cru era isso. Era apenas sujo. Eu também gosto do tom de B.G., do jeito que ele pronuncia palavras. Eu gosto de todos os seus tons. Eles são todos únicos à sua maneira. [Música favorita é] provavelmente “Thug’n” e “Cash Money Is An Army”.
Hot Boys, Guerrilla Warfare (1999)
Selo: Cash Money, Universal
Kendrick Lamar: Eu diria que Turk e Wayne estavam matando nisso — B.G. também. Minha faixa preferida era provavelmente “Ridin”. “We ridin’, We ridin’, come up out the flames with the K firing.” Mesma coisa. No verão, eles nos trancaram com mais esse disco.
[Minha batida favorita de Mannie Fresh] provavelmente teve que ser “Ridin” no álbum Hot Boys.
Lil Wayne, The Block is Hot (1999)
Selo: Cash Money
Kendrick Lamar: Eles estavam matando o jogo. Cash Money foi uma forte influência na Costa Oeste, eu não acho que o mundo sabe disso. Mannie Fresh fez o tipo de batidas que ainda tem o baixo. L.A. ama esse baixo. Nós não estávamos realmente indo para a sensação do Boom bap ainda, mas eles tinham esse baixo, aquela música de improviso. Eles tinham um estilo, é por isso que os amamos.
Quando conheci Mannie Fresh foi louco. Eu tive que fazer algumas perguntas sobre o jogo e negócios, só para entender um pouco sobre tudo.
E-40, Charlie Hustle (1999)
Selo: Jive, Sick Wild It
Kendrick Lamar: “Big Ballin” com My Homies, “L.I.Q.” Meu parceiro Earl costumava botar aquele CD todo o tempo todo dia e então eu meio que gostava disso. Foi divertido, fez você se levantar da mesma forma que o E-40 faz hoje. Música de abertura. Os termos da gíria e do gueto e as ruas. Foi divertido.
Definitivamente [aprendi com ele]. No geral, apenas para ser original. Se destacaram. Ninguém nunca parece E-40, até hoje. Ele se reinventou como um artista totalmente novo. Ninguém vai soar como ele. Essa é toda a minha coisa também.
Kurupt, Tha Streetz Iz a Mutha (1999)
Selo: Antra
Kendrick Lamar: “Callin’ Out Names”, [risos] é quando ele estava espalhando seu som para todo mundo. Eu pensei que era um verdadeiro momento decisivo para o que a Costa Oeste faz. A Costa Oeste é muito sensível [risos]. Somos muito sensíveis às situações e fazemos um backup rápido. E Kurupt estava arrebentando isso.
Ele tinha muito conteúdo lírico. Meu conteúdo lírico vem do que ele fez na Costa Oeste. As letras se destacam, ele fez “New York, New York”, isso influenciou a maneira como eu dizia as palavras da Costa Oeste.
Dr. Dre, 2001 (1999)
Selo: Aftermath, Interscope
Kendrick Lamar: Dr. Dre 2001, a mesma coisa. Ele fez tudo de novo. Lembro-me de ter rasgado a embalagem para esse CD, meus pais tinham trazido. Eu só lembro dele tocando o dia todo apenas por meses, meses por meses por meses. Por meses. Era só isso. E anos depois ele ainda está tocando, então eu sei que é um clássico de verdade.
Ouvindo “Xxplosive” pela primeira vez. Ouvindo a introdução de “The Car Bomb”, os efeitos sonoros eram loucos. Soou como um filme. Eu me lembro de ser uma criança e pensar que soa como um filme real.
[O melhor verso] tinha que ser entre Eminem e esse cara com o nome de Six-Deuce [Six-Two]. Quando ele disse: “She ate her best friend, I left them hoes at the mote’/ They be beeping me and shit, but we don’t kick it no mo’/ Them hot hoes is fiending, they on the nuts / But bitch, I’m out your pussy when I nut, fo’ real/ XXplosive.” Esse sempre foi meu verso favorito. Foi simples, mas foi uma loucura.
DJ Quik, Balance & Options (2000)
Selo: Arista
Kendrick Lamar: Meu homeboy Earl tocava esse álbum o dia todo. Uma das primeiras músicas do disco [“I Don’t Wanna Party Wit U”] é uma que eu me lembro que realmente é para mim e realmente me deu essa sensação. Era verão, nós estávamos vadiando por aí e isso estava sempre tocando.”
Nas, Stillmatic (2001)
Selo: Ill Will, Columbia
Kendrick Lamar: Esse foi um ponto no tempo em que eu acabara de comprar CDs pesados, e esse foi um deles que eu comprei. Uma das minhas faixas favoritas lá foi ele e AZ, “The Flyest”. [Canta] “We the flyest gangsters.” Eu só achava isso foda, tinha um sentimento da Costa Oeste e cuspindo algumas das letras mais complicadas há. É uma das melhores táticas de Nas, tanto quanto contar histórias, ele cuspindo para trás [“Rewind”]. Quero dizer, qual é. Isso é genial.
Clipse, Lord Willin’ (2002)
Selo: Star Trak, Arista
Kendrick Lamar: Clipse, Lord Willin’, vamos lá. Essa é uma ótima lembrança. Apenas fora do fato de quanto nós batemos na mesa fazendo essa batida e fazendo freestyle na escola. Essa foi provavelmente uma das melhores lembranças.
Eu ouvi as coisas deles no 106 & Park, o vídeo do “Grindin’”. Cheguei em casa da escola um dia, eu vi o vídeo e eu estava tipo, O que é isso? Isso é loucura!
Jay-Z, The Black Album (2003)
Selo: Roc-A-Fella, Def Jam
Kendrick Lamar: Eu amo esse álbum. Esse é um dos meus álbuns favoritos do Jay. Todo mundo diz Blueprint, eu amo o Black Album. A primeira vez que ouvi “Encore” eu fiquei louco. Eu estava provavelmente no décimo ano tocando isso em sala de aula como dez vezes seguidas.
Principalmente porque ele estava dizendo que estava a ponto de se aposentar e depois veio com esse. Como as batidas eram fodas, as pancadas eram fodas. É uma loucura porque todo mundo diz Blueprint; “Blueprint é louco.” Acho que o Black Album está bem atrás dele. Ele tinha “99 Problems”, coisas loucas como essa.
Manancial: Complex
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