Conheça a história sobre o início da ConeCrewDiretoria
[Nota do editor: o artigo aqui passado não corrobora veracidade. Foi tirado do Tumblr, uma vez que vi necessidade de salvar para um dia fazer bom proveito disso.]
ConeCrewDiretoria é um grupo de rep do Rio de Janeiro formado, pode se dizer, em 2004. Atualmente conta com Papatinho, Ari, Rany Money, Cert, Maomé e Batoré. Juntos disponibilizaram os registros Ataque Lírico entre 2006/2007, Com Os Neurônios Evoluindo em 2011, Bonde da Madrugada Parte 1 em 2014 e Bonde da Madrugada Parte 2 em 2017. Muitas músicas deles se tornaram hinos pelo país a fora, que lhes renderam até uma turnê até na Europa, mais especificamente em Portugal e Holanda. Já gravaram com Gabriel O Pensador, Mr. Catra, participaram de grandes eventos nacionais, etc.
Por que “ConeCrewDiretoria”?
O nome C.O.N.E (Com Os Neurônios Evaporando) surgiu a partir da brilhante ideia de Rany e Cert, ao fazerem uma paródia com a camisa da C.O.R.E. Ali estavam os dois trocando uma ideia no ano de 2004, pensando em um nome para a crew que tinha como formação Rany, Cert, Maomé, Cuaba, Carl e Marc. Agora, com palavras do MC Maomé, podemos ter uma noção das adversidades que eles já enfrentaram.
“Uma galera que andava junto todos os dias e
pensava em manifestar seus pensamentos de alguma forma, mas precisava de
um nome para iniciar uma organização, seja ela qual fosse. Batizado o
grupo, a ideia dominou a cabeça de todos, e assim começamos a
desenvolver ideias, que a princípio seria apenas de montar uma marca de
camisas que expressariam nossas ideias em suas estampas. O grupo sempre
se reunia aos fins de tarde, às vezes o dia todo, na pista de skate do
Novo Leblon, e lá, dois amigos das antigas compraram a ideia e firmaram
com o bonde: Ari e Cezinha (Zarceh). O Ari era líder da antiga banda
Síndrome, e de imediato rebatizou sua banda com o nome “Banda C.O.N.E.” — esse foi o primeiro passo cultural do grupo, que agora também tinha voz
ativa. Os primeiros shows da Banda C.O.N.E. foram muito importantes… ali emergiu-se um talento até então oculto do amigo Cert, que começou a
fazer participações nos shows da banda nas músicas “Esse é o movimento”
e “Lanchorreti” e sessões de freestyle após o os shows. Logo começou a
escrever suas músicas, sempre com muita agressividade e trasparência — e assim surgiu seu primeiro Rep, “Cartoon Network”. Finalizado, percebeu que
precisaria de batidas para gravar. Aí que entra o cara na jogada, amigo de
muitos anos, Papatinho, que começava sua carreira como beatmaker.
Papatinho logo botou o Cert na bocada da vida: levou-o no home-studio do
amigo BIP, que gravou seus primeiros singles: “Esse Mar” e “Você Sabe Como É”. Logo após dropou “Fundo do Poço” e “Bong da C.O.N.E.”. Eu estava
com Rany Money dando uma bongada na casa dele. No momento em que o Rany
me mostrou seu primeiro som, o sucesso “Skunky Funky”, fiquei de cara com
o bagulho… Era muito bom! A partir daí comecei a escrever minhas rimas
também, mas tinha muita dificuldade em fazer algo que me agradasse e em
alguns momentos pensava que nem era a minha cara fazer rir, mas eu não
sabia aonde que eu me encaixaria em tudo isso que estava acontecendo ao
meu redor. Até que um dia escrevi a música “Não Vale” e fui ao estúdio
gravar. Pronto! Lá estava eu, junto com meus melhores amigos fazendo um
som. Confesso que quando ouvi a música fiquei bastante frustrado, pois
sabia que não tinha o mesmo nível das músicas do Rany e do Cert, mas em
nenhum momento meus amigos me abandonaram — muito pelo contrário, me
apoiaram muito para que eu pudesse evoluir.
O marco mais importante para
mim foi quando eu e Cert saímos da casa das nossas mães e fomos morar
juntos em um apê apelidado de “cinzeirão”. Lá fazíamos sessões diárias de
freestyle junto com a viola do amigo Guaxinim e escrevemos a música
“Rastafari Alerta”. Eu me esforçava muito para chegar ao nível do Cert, e
percebia que aos poucos eu estava evoluindo. Até que um belo dia uma
ambulância parou na nossa porta e dois enfermeiros me levaram à força
para uma internação psiquiátrica. Lá, preso por 90 dias no meio de um
monte de maluco eu realmente evoluí na arte do improviso e nas letras
que escrevia. Lá dentro eu fiz as músicas “Detido Por Ser Livre” (eu
realmente estava detido) e “Escravizado”. O grupo estava começando a se
expandir pela internet e os shows foram aparecendo aos poucos. No
momento em que eu resolvi participar da Batalha do Real e comecei a
batalhar toda semana foi foda… eu era muito discriminado na Lapa pelos
MCs e organizadores do evento. O primeiro a me estender a mão e me
incentivar foi o amigo Fabio Blz (Beleza) e em seguida o amigo
Marechal. Daí em diante começaram a surgir as vitórias e os títulos, e
um dia após ser derrotado na final da Liga dos MCs de 2007, realizei um
sonho com meus amigos: disponibilizamos o demo Ataque Lírico em uma festa
irada no Alto da Boa-Vista. Daí em diante venci a Liga dos MCs de 2008 e
fui 8 vezes Campeão da Batalha do Conhecimento, sempre carregando o
nome do meu coletivo com orgulho e honra… ConeCrewDiretoria.”
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