Como foi curtir o meu primeiro show do Anonimato Rep


Anonimato Rep tem sido um dos artistas que eu mais tenho ouvido de uns meses para cá. Desde uns singles, adentrei no disco Navio Pirata, e logo soube que disponibilizariam um novo projeto, intitulado Irmãos de Rua, Negócios de Vida.

Cheguei cedo no local do evento por volta das 21:30, com medo de enfrentar fila grande, lotação, aquelas coisas. Fui com um amigo, que ficou “bolado” porque chegamos cedo demais, e eu não tirei a razão dele. [Risos] É foda. Mas porra, eu pensei que a parada ia abarrotar de gente já na entrada, né, então como precaução, é claro que eu preferi chegar adiantado.

Ficamos conversando por uns minutos, logo fomos comprar umas cervejas. Feito, voltamos para o local do evento, gelando firme; papo ia, papo vinha, quem vejo na porta? Suav, um dos malucos que mais gosto artisticamente e admiro como pessoa (até então, nunca tinha visto o cidadão pessoalmente). Fiquei esperando o momento certo para falar com ele, sobretudo me reconheceu e acenou para mim. Respondi da mesma forma, e era o momento de ir até ele e saudá-lo. Rolou aquele aperto de mão firme, de quem é positivamente energético, excêntrico, e subsequente o abracei. Senti a [energia] positiva recíproca, ele me perguntou: “E aí, safado, vai curtir legal aí hoje?” Eu respondi: “Claro! Estou ansioso. Vai ser foda!” Ele esticou o braço, rolou mais aquele aperto de mão bolado e ele voltou para a porta.

Voltei a trocar umas ideias com o meu mano, e  logo chegou o outro mito, Tahor, o primeiro integrante do Anonimato que contatei. Ele me ajudou a edificar uma matéria biográfica sobre o Anonimato Rep, e sempre gostou do meu corre como redator. Consigo sentir quando a energia é aprazível ou não, e quando eu o vi, chamei satirizando como se eu fosse íntimo dele [risos]: “Hortinha, Hortinha.” Ele falou com um segurança lá, me olhou, veio na direção, esticou o braço, e realizamos um aperto de mão que acontece 1x por ano com alguém — palma da mão com palma da mão, causando aquele barulho estrondoso no aperto, deixando geral assustado —, e disse: “E aí, meu mano! Tranquilo?” Eu respondi, todo bobo: “Claro! E você? Como vai essa força?” Sem mais delongas, ele respondeu que estava suave e de boa. Fiquei extasiado com a energia que estava presente ali no momento. Fazia tempo que isso não acontecia comigo. Eu transcendi facilmente. Pedi uma foto, e ele aceitou de boa. Meu amigo bateu.



Suav estava ocupado, e não quis incomodá-lo para tirar foto. Pensei em chamá-lo depois, mas nem lembrei, sinceramente.

Após a foto, botamos o papo sobre extraterrestres em dia para distanciar o [insípido] ceticismo, chegou o Diniz, que tem um speedflow cabuloso, e facilmente se condecora no grupo. Depois, que representa quando o assunto é DJ.

Passou uns minutos, entramos, e chegando lá dentro, já tocava uma das minhas músicas mais favoritas desde quando foi disponibilizada: Gucci Mane com Migos “I Get the Beg”, que fará parte do novo disco Mr. Davis, previsto para sair mês que vem. Já entrei batendo cabeça, com o DJ Breno Calixto botando para foder nos trap music de alta qualidade. Após, o DJ Switch, do Camaradas Camarão botando seu talento cabuloso na prática, com uns sons nacionais e gringos para não perder o costume. Era um ambiente bem foda: Maomé da ConeCrewDiretoria, Gok do 2.2, o MC Córtex, Neo Beats, Mr. Kell, Gabriel e Tifli — os três são Cam Cam.

Curtindo a vibe, começaram as atrações: primeiro os brabos do Santa Máfia, com um talento sinistro, irmãos com trampos sinistros; segundo, os manos do Golden Era, um duo nada trivial; terceiro, os brabos do Cortesia Da Casa, com Renato Sheik e Philipe Tangi cheios de romantismos com suas músicas envolventes. Tangi até me reconheceu, e eu não sei como. [Risos]

Depois de tanta ansiedade, os monstros subiram no palco, e chegou o momento que eu tanto esperei. Suav, Nizdi, Tahor e Helder: quatro monstros em um só lugar. Sheesh, deu bom demais! A energia do ambiente já estava afável, então era só usufruir da magnificência. Cada um com a presença de palco sinistra. Eu lá na frente, colado neles, presenciando cada ação que eles esboçavam, vibrando muito. Eu não sei cantar uma música inteira sequer, mas sou demasiado fã do trabalho deles. Minha música favorita deles é “Mantém o Foco”. Quando tocou, literalmente surtei. Porra, eu fico louco com ela. Quando a ouvi  o disco a primeira vez, me apaixonei. Então, lá foi o momento de transcender — e foi o que aconteceu facilmente. Uma vibração esplêndida, transmitida por quatro rapazes da Zona Sul do Rio de Janeiro, mais especificamente de Botafogo, tacando fogo no evento de disponibilização do segundo — e impecável — projeto no mundão. O suor que escorria pelo rosto de cada um, o sorriso de cada um ali no palco era a notoriedade de como eles estavam excêntricos com o momento. Foi simplesmente épico, imarcescível, surreal… INESQUECÍVEL. Espero o próximo.

Senti falta dos meus manos RXVN e Soffiatti… queria que eles estivessem lá. Eles produziram umas faixas para o projeto — RXVN, a “Catchafire Brooklyn”, e Soffiatti, a “Quatro 22” com Serlok.

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